sábado, 31 de janeiro de 2009

Hammond


O orgão Hammond foi inventado por Laurens Hammond em 1934 como alternativa barata aos órgãos de tubos. A ideia era que o seu órgão substituísse os órgãos de igreja e o piano nas residências de classe média e fosse usado em estações de rádio. Nos anos 50 passa a ser usado no Jazz e nos anos 60 e 70 na explosão do rock! Embora ainda se use, é mais comum os músicos usarem clones digitais devido ao alto preço, dificuldade de transporte (193kg) e problemas técnicos ligado à electromecânica antiga.
O Hammond possui um conjunto de 96 rodas fónicas (96 tone wheels), que são discos dentados que giram a grande velocidade. Ao girarem, esses discos geram uma variação do campo magnético que depois é captada através de captadores electromagnéticos. Posteriormente, esses sinais eléctricos são transformados em sinais acústicos.
Embora haja tendência para achar que este órgão é eléctrico, na verdade é electromecânico na medida em o som é produzido mecanicamente por discos.
Uma vez que o Hammond tenta simular o órgão de tubos, tem um sistema de registos usando barras deslizantes (drawbars). Quando se puxa uma barra, activa-se um determinado tipo de som. Quando se empurra anula-se esse “efeito”.
As barras têm marcado uma série de números que ainda hoje suscitam dúvida ou curiosidade nas pessoas. Na verdade são as medidas físicas do tubo que simula: 16' (uma oitava abaixo da fundamental) - 5 1⁄3' (uma quinta acima da fundamental) - 8' (fundamental) - 4' (uma oitava acima da fundamental) - 2 2⁄3' (uma oitava e uma quinta acima da fundamental) - 2' (duas oitavas acima da fundamental) - 1 3⁄5' (duas oitavas e uma terceira maior acima da fundamental) - 1 1⁄3' (duas oitavas e uma quinta acima da fundamental) - 1' (três oitavas acima da fundamental).
Dependendo do quão e de quantas barras estão puxadas, advém um timbre único.
Por mais estranho que pareça, os modelos B3 e C3 tinham uma forma de registar as posições das barras. Era num conjunto de teclas de cor invertida que não serviam para tocar, mas para activar e desactivar registos.
Quem tem um Hammond há pouco tempo, rapidamente irá perceber (mesmo sendo pianista) que praticar neste instrumento envolve mais do que tocar notas. Os organistas mudam o timbre em tempo real combinando registos de barras, ligando e desligando os efeitos de vibrato e até usando um amplificador especial com altifalante rotativo (leslie) … Há também técnicas específicas usadas neste instrumento como glissandos de mão, repetição rápida de uma só nota, técnica de percussão, assim como o uso artístico do pedal de volume, entre outras!
É uma sorte já ter tocado num Hammond… e muitíssimo privilegiado será quem ainda tiver um em casa!