quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

RHODES (o verdadeiro piano eléctrico).


Harold Burroughs Rhodes nasceu em 1910 (San Fernando Valley) e por volta dos seus 20 anos geria uma cadeia de escolas: “Harold Rhodes School of Popular Piano”.
Durante a Segunda Guerra Mundial ele deixa a pedagogia e entra para a Força Aérea Americana. Sem nada para fazer, Rhodes achou que tubos de alumínio (de bombardeiros B-17) dariam um bom som se fossem cortados nas medidas dum xilofone. Fez então um pequeno piano com duas oitavas e meia. Foi um grande sucesso!
Depois da Guerra, a indústria da música quis produzir o piano em larga escala…
Fundou-se a “The Rhodes Piano Corporation” que produziu o piano com três oitavas e meia. Harold aprendeu electrónica numa perspectiva de construir uma versão amplificada: microfone electrostático, amplificador e um altifalante de seis polegadas!
Entusiasmado, constrói um piano de 72 notas que é mostrado e publicitado até que Leo Fender toma conhecimento. Simultaneamente a Wurlitzer estava ocupada tentando construir a primeira versão do instrumento.
Situemo-nos no tempo: estamos avançados na década de 50 dominada pelas guitarras Fender… Até Harold terá ficado impressionado… e ser contactado pela Fender seria o equivalente a sair o Euro-milhões.

Entre 1959 e 1965 a fusão da Fender com Rhodes foi um período controverso. Parece Leo Fender não gostava da sonoridade do registo agudo do teclado, tendo insistido em fabricar o Fender Rhodes Piano Bass (apenas 32 notas de registo grave).
Apesar desses e outros “desencontros” Harold Rhodes criou o Rhodes 88 no seu tempo livre.
Depois da Fender se tornar CBS, Harold Rhodes pôde finalmente começar a produzir o seu modelo: Fender Rhodes Electric Piano. Portátil, em tolex preto, tremolo (mono), amplificador de 50W e altifalantes integrados. Apesar de tudo, Rhodes ainda creditou Leo Fender nalguns avanços e melhoramentos.
Em 1969 o vibrato vinha em stereo, e o amplificador era 2 x 50W. Nessa altura a Wurlitzer tenta resolver alguns problemas relacionados com a afinação dos seus pianos eléctricos.
Em 1970 podia-se comprar o Fender Rhodes 88. Também já se podia escolher entre os modelos Suitcase (com amplificação incorporada) e os Stage (pesando metade do peso/tamanho, custando menos dinheiro, uma vez que lhe era retirada a amplificação e altifalantes).

Vários modelo se foram fazendo e vendendo… entre eles destacam-se:

Rhodes Mark I (1970) foi equipado com material mais durável.
Rhodes Mark II (1978) levou um pedal que serve de abafador (como nos pianos acústicos) dando sustentação ou corte ao som. Este avanço proporcionou mais cor e sons mais etéreos.
Rhodes Mark III (1980) é mais pequeno. Tenha um sistema eléctrico que permitia misturar o som normal com sons de sintetizador.
Rhodes Mark V (1984) é raro… parece que três dos 2000 tinham sistema MIDI incorporado.

Em 1989 a Roland apresenta o modelo Rhodes MK-80 ao próprio Harold Rhodes, esperando-se um grande som (uma vez que o novo mundo digital era muito promissor). Ao que parece, o Sr. Rhodes disse que ao ouvir aquilo até ficou enjoado!
Em 1994 o Mundo convence Harold de que precisa fazer um novo piano eléctrico.
Em 1996 o Mestre finalmente pôde reclamar o direito a usar o seu próprio nome e esperou-se verdadeiramente em poder comprar novos pianos eléctricos mas…. Harold Rhodes morre em 2000 com 89 anos, devido a uma pneumonia!